A Morte como conselheira:
Nos mostrando o que realmente importa
Fonte: http://ask.fm/juantumacastaneda.
Para os xamãs do México antigo, a morte é nossa melhor conselheira.
Durante um tempo demorei para entender o que isso queria dizer.
E depois quando entendi, demorei mais um tempo para colocar esse ensinamento em prática na minha vida.
Hoje posso dizer que a morte é minha melhor conselheira.
O ser humano tem um medo ancestral da morte, nos apavora a ideia de termos um fim, ou de algum dia não estarmos mais aqui.
O medo é tão grande, que o homem médio prefere nem pensar nisso, prefere se esconder numa falsa sensação de segurança, achando que não pensando ou falando sobre , a morte não lhe alcançará.
Ou se entrega a alguma religião que promete uma nova vida depois da morte.
O homem médio comum age como se fosse imortal, como se tivesse todo o tempo do mundo para promover as mudanças necessárias em seu espirito.
É uma arrogância e uma pretensão sem limites.
Não há nenhuma garantia nem que exista algo após a morte, e muito menos que estaremos vivos no próximo minuto…essa é a realidade que o homem se recusa a encarar e aceitar.
Encarando esse fato de frente, sem dramas, tristeza, pesar ou lamentações, e sim com realismo e lucidez, podemos usar esse fato aparentemente aterrorizante a nosso favor.
A consciência da nossa morte iminente nos impulsiona a fazermos as mudanças necessárias e agirmos como se nossos atos mais triviais fossem nossa última batalha nessa terra.
Ela nos lembra a todo instante que não temos tempo.
Que nossa sensação de tempo e continuidade é uma ilusão, que não se sustenta com a transitoriedade e efemeridade de nossa existência.
Nossos atos e decisões, nesse prisma, ganham poder e se tornam mais reais, mais potentes, mais incisivos, mais profundos e intencionais.
Você deixa de lado a procrastinação, a auto-complacência e auto-indulgência, por entender que tudo pode acabar a qualquer momento e começa a fazer as mudanças que julga necessárias.
A consciência que a morte anda ao nosso lado e pode nos tocar a qualquer momento destrói todos as mesquinharias, idiotices e sentimentos de baixa vibração que possam estar conosco, pq ela nivela tudo e nos mostra o que realmente importa por trás da névoa das rotinas, da correria e das pressões do mundo moderno.
A luz da nossa morte, besteiras não importam.
A certeza da nossa morte dá a nossa vida a importância que lhe é devida, e transforma o hoje num momento mágico, onde cada segundo conta.
O entendimento de que um dia vamos morrer dá o desapego necessário para que toquemos de tudo com moderação e não nos prendamos a nada.
Se você soubesse que iria morrer amanha:
– morreria tranquilo, com o sentimento de dever cumprido ?
-morreria contente pela forma como tomou suas decisões?
– morreria satisfeito com a vida que levou?
– morreria satisfeito com o trabalho que desempenhou ?
– morreria contente com suas relações familiares e pessoais, tranquilo com a forma que tratou as pessoas que conviveu?
– morreria satisfeito com seu corpo e sua forma física?
– morreria satisfeito com o ser humano e a pessoa que se tornou?
– morreria satisfeito com o conhecimento que adquiriu?
– Você não faria as pazes com seu irmão, amigo ou pai que brigou por besteira?
-Falaria com aquela pessoa que a tanto tempo não fala?
-Se esforçaria ao máximo e daria o seu melhor em tudo que fosse fazer?
– morreria contente com as aventuras que participou?
– morreria feliz com suas realizações ?
E existem muitas outras perguntas que você pode se fazer de vez em quando…e usar sua morte como sua conselheira.
Se sua resposta foi sim para a maioria das perguntas, você está no caminho certo.
Mas caso tenha sido não para a maioria, é bom você tomar as medidas necessárias para mudar.
A não ser, claro, que você seja imortal e nesse caso, tenha todo o tempo do mundo pra ser a pessoa que vc sempre quis ser.
Para um guerreiro, só o hoje é real.